ATA DA DÉCIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 17-3-2008.

 


Aos dezessete dias do mês de março do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e treze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Professor Garcia, Sebastião Melo e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Às quatorze horas e quatorze minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e dezesseis minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi apregoado o Ofício nº 192/08, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 002/08 (Processo nº 1756/08). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 407, 450, 451 e 453/07, do Senhor Valdemir Colla, Superintendente Regional da Caixa Econômica Federal – CEF. Durante a Sessão, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Décima Quarta Sessão Ordinária e da Segunda e Terceira Sessões Solenes. Na ocasião, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador Adeli Sell, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da ordem das inscrições para os pronunciamentos em Grande Expediente da presente Sessão. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Dr. Raul, discorrendo sobre o trabalho de Sua Excelência como Vereador de Porto Alegre, ressaltou ter direcionado sua atuação à área da saúde, citando, em especial, propostas relacionadas ao planejamento familiar. Também, abordou projetos em tramitação nesta Casa voltados à criação da Frente Parlamentar em Defesa do Idoso e à busca de uma concreta participação do Município no Programa Primeira Infância Melhor, do Governo Estadual. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Dr. Goulart saudou a implantação, no Mercado Público Central, de Ouvidoria deste Legislativo. Ainda, elogiando a gestão do Vice-Prefeito Eliseu Santos como Secretário Municipal da Saúde, afirmou ter Sua Senhoria demonstrado capacidade de diálogo e espírito empreendedor e enfocou ações desenvolvidas por esse Secretário, em especial no referente à reforma física e estrutural de unidades de saúde instaladas na periferia de Porto Alegre. O Vereador Newton Braga Rosa expôs dados sobre a viagem efetuada este mês por Sua Excelência e pelo Vereador Carlos Comassetto à cidade de Hannover, Alemanha, onde participaram da Feira de Tecnologia de Informação – CeBIT2008. Sobre o assunto, informou que Porto Alegre foi escolhida como sede regional do evento na América Latina, caso seja efetivada sua realização no ano de dois mil e dez, questão a ser definida pelo Comitê Organizador até meados do mês de maio do corrente. Em continuidade, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foram votados conjuntamente e aprovados os Requerimentos nos 010 e 015/08. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº 048/01 e as Emendas nos 01, 02, 03 e 04 apostas. Em Discussão Geral, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Resolução nº 063/05, discutido pela Vereadora Neuza Canabarro e pelo Vereador Elói Guimarães. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Maristela Maffei, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Resolução nº 063/05 (Processo nº 1076/05). Após, o Senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Margarete Moraes saudou a indicação, ontem, pelo PT, da Deputada Maria do Rosário como candidata do Partido à Prefeitura Municipal de Porto Alegre nas eleições de outubro do corrente. Nesse sentido, declarou que se inicia agora um novo ciclo, visando à formação de alianças partidárias que viabilizem a construção de programas conjuntos embasados no compromisso com a mobilização popular em prol da igualdade, justiça e inclusão social. O Vereador Carlos Comassetto retomou o pronunciamento hoje efetuado pela Vereadora Margarete Moraes, acerca das prévias do PT para escolha do candidato à Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Da mesma forma, asseverou que esse Partido cumpriu uma fase do processo de democracia político-partidária, saindo unificado e fortalecido, e que promoverá, a partir de agora, a constituição de alianças que reproduzam, no que for possível, a frente partidária que integra o Governo Federal. O Vereador Dr. Goulart, lembrando sua atuação como médico comunitário, teceu considerações acerca da importância do Sistema Único de Saúde e analisou falhas apresentadas na abrangência dos serviços prestados por esse Sistema. Sobre o assunto, citou como exemplo a dificuldade para atendimento de pacientes que ultrapassem o número de consultas agendadas num determinado dia, mesmo que o médico tenha condições de realizar esse atendimento. O Vereador Dr. Raul comentou o crescimento dos casos de dengue no Município, lembrando a necessidade de ações públicas eficazes para combater a reprodução do mosquito transmissor dessa doença. Ainda, propugnou por melhorias no sistema público de saúde oferecido à comunidade do Bairro Partenon, defendeu alterações no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental que favoreçam o 4º Distrito e posicionou-se favoravelmente à reestruturação do Cais do Porto de Porto Alegre. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Legislativo nos 061/07, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Maristela Maffei, Mario Fraga, Aldacir Oliboni e Luiz Braz, e 012/08, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Mario Fraga e Aldacir Oliboni, o Projeto de Resolução nº 002/08, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Maristela Maffei, Mario Fraga e Aldacir Oliboni. Na oportunidade, em face de manifestação do Vereador Claudio Sebenelo, acerca da ausência de Sua Excelência durante a Ordem do Dia da presente Sessão, o Senhor Presidente informou que possíveis alterações na metodologia de registro da efetividade dos Senhores Vereadores serão analisadas na próxima reunião da Mesa Diretora com o Colégio de Líderes. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Deputado Federal Ibsen Pinheiro. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Marcelo Danéris relatou o processo de escolha, ontem, da Deputada Federal Maria do Rosário como candidata do Partido dos Trabalhadores para as eleições deste ano para a Prefeitura Municipal, salientando que não ocorreram incidentes negativos durante esse processo. Nesse sentido, criticando a gestão do Prefeito José Fogaça, apontou os principais pontos do plano de governo a ser apresentado pelo PT para esse pleito. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do ex-Vereador Larry Pinto de Faria Junior. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei, registrando o transcurso do aniversário do PCdoB no dia vinte e cinco de março, informou sobre evento comemorativo a ser realizado no Clube Farrapos no dia vinte e oito de março, onde será debatida a participação desse Partido nas eleições municipais do corrente ano. Também, analisou os serviços de saúde pública a que tem acesso a população porto-alegrense e referiu-se a problemas existentes no Grupo Hospitalar Conceição. Após, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, da Deputada Federal Manuela d’Ávila. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz comentou a escolha, ontem, da Deputada Maria do Rosário para ser candidata do PT à Prefeitura Municipal, posicionando-se contrariamente à disponibilização de meios de transporte para filiados desse Partido comparecerem aos locais de votação. Nesse sentido, considerando que essa prática pode prejudicar a igualdade de condições entre candidatos, solicitou que a Justiça Eleitoral tome medidas para coibir repetições desse fato. O Vereador Professor Garcia teceu considerações acerca das prévias do Partido dos Trabalhadores realizadas no dia de ontem e a subseqüente escolha da Deputada Federal Maria do Rosário como candidata desse Partido à Prefeitura Municipal. Além disso, convidou para a inauguração, amanhã, do Conduto Forçado Álvaro Chaves e apresentou dados relativos às medidas do Governo Municipal nas áreas de saúde e iluminação públicas, asfaltamento de ruas e participação popular. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou todos para Sessão Especial a ser realizada às dezesseis horas e trinta minutos, destinada à apresentação a este Legislativo, pelo Senhor Vitório Píffero, Presidente do Sport Club Internacional, do projeto das obras do Complexo Esportivo Cultural e Turístico Cidade de Porto Alegre, conhecido como “Projeto Gigante para Sempre”. Às dezesseis horas e vinte e seis minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Sebastião Melo e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito a abertura do painel eletrônico para verificação de quórum para início da Sessão Ordinária (Pausa.) (Após a verificação de quórum.) Havendo quórum, solicito às Lideranças que se aproximem da Mesa para decidirmos sobre a Sessão Especial que irá ocorrer logo após a Sessão. Suspendo os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h14min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 1416min:) Estão reabertos os trabalhos.

 

(Procede-se à leitura das proposições.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente.

 

O SR. ADELI SELL: Presidente, o Ver. Dr. Goulart já havia cedido o seu tempo.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Prezado Ver. Adeli, eu teria o maior prazer, mas essas questões devem ser resolvidas um pouco antes, já declarei ausência. Peço sua compreensão, pois não posso deferir seu pedido.

O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. DR. RAUL: Exmo Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, aqueles que nos assistem aqui e pela TVCâmara, neste período de Grande Expediente venho falar um pouco sobre este ano de mandato, em que tive a oportunidade de estar aqui na Casa, quero falar um pouco das nossas iniciativas no transcorrer desse tempo.

Como médico de Saúde Pública que sou há praticamente 30 anos, tenho um conhecimento bastante amplo das questões sociais na cidade de Porto Alegre, muito especialmente aquelas que têm a ver com a área da Saúde. Há anos venho trabalhando na Zona Sul, na Zona Leste, nas Ilhas, enfim, e ainda estamos trabalhando junto à comunidade do Partenon, na Vila Vargas e Vila São Miguel, convivendo com situações de extrema dificuldade, principalmente com relação a um assunto que me deixa muito preocupado - e sempre me deixou - e que agora, no mandato, tive oportunidade de trabalhar bastante, que é a questão do planejamento familiar. Desejo que os nossos cidadãos, que as nossas cidadãs possam planejar as suas famílias, e que o Governo, através das suas medidas públicas, do Executivo, facilite esse processo. Hoje o planejamento familiar já é feito pela grande maioria das pessoas das classes média e alta, mas a classe menos favorecida tem dificuldades nessa área, e isso por vezes tem a ver com a falta de entendimento, de orientação, com a falta de contraceptivos, de tratamentos para infertilidade. Enfim, as questões vão evoluindo ao longo do tempo sem que o Governo realmente mostre uma política clara sobre essa matéria.

Nós nos empenhamos muito durante este mandato nessa questão do planejamento familiar. Logo que aqui entramos, apresentamos um Projeto de Lei, que hoje é lei na nossa Cidade, criando o Centro Integrado de Planejamento Familiar de Porto Alegre, com o objetivo de facilitar o acesso, de maneira gratuita, a todas as pessoas que têm essa preocupação; desde aquela pessoa que quer uma orientação até aquela que precisa fazer uma vasectomia, uma ligadura de trompas, ou buscar um entendimento sobre por que não consegue ter filhos. Esse Centro de Planejamento sempre foi um sonho da nossa atividade na Saúde Pública. Isso hoje já é lei em Porto Alegre, mas sabemos que muitas leis não são postas em prática. Então, a nossa luta, agora, está direcionada para que o Centro de Planejamento Familiar proporcione orientação, educação, palestras, tudo que tenha a ver com o planejamento das famílias, com um endereço que viabilize as ações públicas.

Estamos propondo uma reunião com o Prefeito Municipal, com a Primeira-Dama e o Secretário da Saúde, no sentido de que possamos construir, juntos, de uma maneira clara, essa política e facilitar para que as pessoas realmente possam fazer o seu planejamento familiar, que não é o controle da natalidade, é justamente planejar as suas famílias. Isso significa conversar, orientar; é fazer, por exemplo, o que fizemos no nosso mandato no ano passado, como Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa: uma parceria com a Unimed, a qual forneceu palestrantes, e nós promovemos mais de 25 encontros na cidade de Porto Alegre para orientar e educar. E foram palestras de alto conteúdo, que tiveram uma repercussão extremamente importante, principalmente em comunidades escolares dos 12 aos 18 anos, em que esse problema nos aflige basicamente através da gestação indesejada na adolescência, que é um problema gravíssimo que enfrentamos. O planejamento familiar não é uma iniciativa apenas de uma pessoa; ele é uma iniciativa de toda a sociedade. Ele tem que estar claro na cabeça de todos nós. E o Estado, que é um ente laico, deve proporcionar os meios, e cada um, através da sua crença, que utilize os meios que o Estado fornecer.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Raul, eu quero o parabenizar, pois V. Exª, além de ser Vereador, é um médico de ponta, que sabe, como poucos, o problema que o nosso povo mais pobre enfrenta no dia-a-dia. E V. Exª já está enfrentando dificuldades. Infelizmente, é preciso enfrentar muita dificuldade para que as coisas boas tenham a sua continuidade. Mas tenho certeza de que, com seu esforço, com seu preparo, com seu conhecimento, com a sua luta, nós vamos conseguir muitas coisas boas nessa área do planejamento familiar. E quero me juntar a V. Exª, porque a gente conhece, como poucos, o problema da nossa sociedade, principalmente do nosso povo mais carente. Parabenizo-o pela sua luta, e que Deus o ilumine e lhe dê forças para que nunca perca essa esperança, pois eu tenho certeza de que, nessa área, V. Exª conseguirá muita coisa para o bem do nosso povo, para o bem da nossa sociedade. Muito obrigado, Vereador.

 

O SR. DR. RAUL: Eu agradeço o aparte, Ver. Ervino.

 

O Sr. Newton Braga Rosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro Dr. Raul, Presidente da nossa COSMAM durante todo o exercício passado, eu já conheço o seu trabalho - eu o apóio - e lembro um dado econômico: o Brasil já conviveu com taxas de crescimento próximas a 3% nas décadas de 60 e 70. E isso implicava nós termos a necessidade de um crescimento vegetativo que, hoje, seria muito difícil obter nas condições atuais do mundo moderno. Estamos com uma taxa de natalidade de 1,4%, algo razoável para a situação do País. Eu sei que não se trata somente do aspecto da restrição do planejamento familiar, e sim de resolver o problema dos casais que querem ter filhos também. Sem dúvida o assunto é premente não só do ponto de vista social, mas também do ponto de vista econômico para o nosso País, para o nosso Estado e para a nossa Cidade. Muito obrigado.

 

O SR. DR. RAUL: Eu é que agradeço, Vereador. Apenas para confirmar o que o Vereador acaba de falar: nós temos essa taxa de natalidade principalmente entre as mulheres universitárias; pelo censo de 2000, a taxa é de 1,4%, enquanto que, entre as analfabetas, a taxa é de 5,6%. Então nós temos que, realmente, proporcionar inclusão social às pessoas. Todos os projetos de inclusão social são bem-vindos, e o planejamento familiar está carente, ele deve ser incluído de maneira intensa e forte nesse processo.

Ainda no nosso mandato, além desse Projeto, nós criamos fóruns sobre planejamento familiar e criamos Emendas, hoje temos uma Emenda na LDO, uma Emenda no Orçamento de 2008, para que esse Centro de Planejamento seja efetivado. Tivemos Audiências Públicas, e numa, em especial, junto com outras Comissões desta Casa, levamos uma Moção ao Ministério da Saúde no sentido de que estavam em falta, basicamente, anticoncepcionais nos postos de saúde de Porto Alegre, uma coisa gravíssima, algo que hoje já melhorou bastante, talvez em decorrência dessa nossa iniciativa. Nós participamos de ações junto às escolas, que é uma ação que deve ser permanente.

Dentro dessa nossa proposta de Centro de Planejamento Familiar, inclusive, teremos uma equipe volante que estará permanentemente fazendo palestras onde for solicitado e onde o próprio Centro desejar, ou seja, uma equipe volante para levar conhecimento, informação às escolas, aos clubes de mães, às associações de moradores, às empresas; isso para que a sociedade se aproprie dos métodos anticoncepcionais, das formas de como os buscar, de como é a nossa lei nessa área, o que é extremamente relevante que as pessoas saibam. Desejarmos que os profissionais da Saúde, da Assistência Social também se voltem de maneira forte para essa matéria no sentido de fazer com que as pessoas consigam atingir aquele planejamento que desejam com brevidade. Também estamos nos propondo a constituir um Protocolo de Intenções. Assim como a Assembléia Legislativa do Estado o fez, nós criamos, através de Projeto de Lei que ainda tramita nesta Casa, um Protocolo de Intenções para que todas as entidades dispostas a auxiliarem nessa área do Terceiro Setor, ou não, públicas ou privadas, possam associar-se através de um Protocolo Municipal, para que as ações sejam efetivadas, que elas saiam do discurso fácil e passem a uma ação propositiva e clara na nossa sociedade.

Nós temos uma preocupação muito grande com os nossos idosos, porque hoje temos uma taxa de idosos muito maior do que há 20 anos, 30 anos. Precisamos qualificar a vida das pessoas: não adianta viverem mais, elas precisam viver mais e com uma qualidade de vida boa. Isso passa por ações importantes, como as que tivemos juntamente com o Ver. Professor Garcia, que propôs junto com o Ver. Dr. Goulart a Frente Parlamentar em Defesa da Educação Física. Precisamos que haja essa continuidade física em que o ser humano tenha mais professores de Educação Física disponíveis, mais ações orientadas na área da Saúde, desde a infância até a terceira Idade, que se tenha muito mais qualidade de vida. Temos ações fortes na área da infância, porque acreditamos que o planejamento familiar faz com que sejam reduzidas as taxas de abortos provocados - aqueles abortos infectados que matam as crianças e os adolescentes nos hospitais -, faz com que a taxa de câncer ginecológico diminua. A programação faz com que os pré-natais aconteçam com muito mais clareza, com muito mais qualidade, que as crianças nasçam melhor e mais bem nutridas; nasçam basicamente desejadas, que é o que nós queremos.

Para os nossos idosos, temos uma proposição nesta Casa da Frente Parlamentar em Defesa do Idoso, junto com o Ver. Haroldo de Souza e o Ver. João Antonio Dib. Cada vez mais os nossos idosos precisam ser amparados, precisam ter deste Legislativo, que além de fiscalizador é propositivo, guarida para suas questões, em especial aquelas que atingem a violência contra o idoso, seja violência física, mental ou até uma violência previdenciária, porque muitas vezes o idoso tem direito a uma série de benefícios, e não os está utilizando por falta de entendimento, por falta de conhecimento ou por falta de uma clareza social maior e mais ampla.

Nós temos também um Projeto nesta Casa que tramita e que faz com que o Programa Primeira Infância Melhor seja efetivamente não só mais um programa, mas que esteja incorporado através de lei nas ações do Município de Porto Alegre. É um Programa de extrema relevância para a Cidade, porque queremos beneficiar as nossas crianças, para que elas tenham uma qualidade de vida melhor.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Acerca do Programa da Primeira Infância: qual a razão que leva o pessoal do PACS 3 a terminar com esse Programa lá no Postão? Eu não consigo entender, mas V. Exª, que é médico, talvez consiga explicar, porque a base do Governo até agora não disse por que quer acabar com esse serviço lá.

 

O SR. DR. RAUL: Na realidade, o Primeira Infância Melhor é um dos programas que fizeram com que nós tenhamos hoje, no Rio Grande do Sul, o menor índice de mortalidade infantil do Brasil. Nós temos que fazer - por isso estou propondo essa lei - com que isso seja lei em Porto Alegre, ou seja, que ele seja implantado, independente de que Governo, de que Executivo vier a comandar a nossa Cidade. Sobre essa questão pontual, eu acho que até lhe dou uma resposta agora nos próximos dias, mas acredito que o Programa Primeira Infância Melhor ainda é pequeno dentro da cidade de Porto Alegre. Ele é um Programa que precisa ser ampliado, em especial nas nossas populações mais carentes. Lá é que precisamos, de forma objetiva, orientar as mães a dar carinho para os seus filhos, orientar a amamentação, a alimentação, prestar auxílio àquela criança de baixo peso; esse Programa se presta muito para isso.

Agradeço a todos por terem me ouvido tanto tempo e com tanta atenção. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. GOULART: Meu prezado e querido amigo e Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiro, Vereador, quero cumprimentá-lo pelo bom momento democrático por que passamos hoje, num dos pontos de maior movimento da cidade de Porto Alegre, que é o Mercado Público, onde V. Exª instalou uma Ouvidoria, ou melhor, instalou um diálogo entre a população e os seus Vereadores. Temos então aí mais um instrumento, e um instrumento que parece mais fácil de ser acessado, mais popular. Então, queria cumprimentar V. Exª por isso.

Também estava me dando conta, hoje pela manhã, do Governo Fogaça. O Governo Fogaça é governado e carregado por um homem que não expõe muito à mídia as suas realizações, e nós ficamos sem nos dar conta das coisas importantes que o Governo Fogaça vem fazendo. E uma das coisas importantes é justamente o que me fez mudar um pouco os meus discursos, os discursos dos últimos sete anos aqui nesta tribuna, o ataque constante que mantive, inclusive durante o Governo Fogaça, em relação ao maltrato que se faz à Saúde, ao descuido que se faz com a Saúde no Brasil inteiro e aqui em Porto Alegre.

O Vice-Prefeito, Eliseu Santos, precisa trabalhar mais um tempo, ele começou a trabalhar há pouco tempo. E digo para vocês que, quando ele foi indicado Secretário Municipal da Saúde, a princípio, eu tremi, por causa da sua característica guerreira demais, da sua característica agressiva de trabalhar no Legislativo, Deputado que foi, Vereador que foi, mas não se revelou o Secretário um homem de diálogo; revelou-se um homem preocupado em começar pela base, a Saúde desmoronada que estava. E como começou o Vice-Prefeito? Arrumando as unidades básicas de Saúde, arrumando os postinhos de saúde. Vocês imaginam o que eram aqueles postinhos, caindo poeira, chovendo dentro, abandonados, para os homens e mulheres que lá trabalhavam? Vocês imaginam o que era essa situação para os doentes que iam para um lugar onde teriam de ser consolados, cuidados, acarinhados, recitados? E eles eram examinados dentro de um ambiente como esse. E lá está o Secretário visitando os postos de saúde e arrumando um por um; está lá com o “comandante” Garipô, ajudando como se fosse um chefe de obras. Isso precisa ser dito, porque há necessidade de um incentivo para esses homens que trabalham, há uma necessidade de cumprimento, porque, pela primeira vez, se iniciou um trabalho na Saúde. Precisa-se fazer muito em Saúde, ex-Prefeito, Ver. João Dib? Precisa-se. Precisa-se melhorar o encaminhamento dos exames? A dispensação de medicação? Precisa-se resolver o problema da marcação de cirurgia? Precisa-se, mas tinha que haver um início, e esse início houve pela parte física e pela parte humana, no sentido de dignificar o trabalho de quem lá está e de dignificar o atendimento de quem lá procura. São trinta unidades de saúde “em folha”, limpinhas, arrumadinhas. E hoje eu estive na reinauguração da farmácia da unidade Camaquã e fiquei verdadeiramente encantado.

Então o nosso Partido se confraterniza com o Prefeito Fogaça, confraterniza-se bastante com a equipe Eliseu Santos, porque começou um trabalho que não parou mais, que é o trabalho de reconstituição dos postos, e isso vai terminar durante este ano? Não sei. Então comecemos a pensar, já que ele precisaria de mais tempo para fazer isso, porque, se ele está arrumando os postos de saúde do jeito que está, eu acredito que ele há de arrumar também o recurso humano, trazendo-o a patamares melhores. Nós estávamos lá na Assembléia lutando para que os magistrados tivessem seus subsídios, eu estava lá, por quê? Porque o funcionário público precisa ser bem pago. Sabem quanto ganha um magistrado no fim de carreira? Vinte e quatro mil reais! Sabem quanto ganha um médico de carreira dentro do serviço público no fim de carreira, 35 anos? Mil e oitocentos reais! Não chega nem a 10% do que ganha o magistrado, nem por isso vamos atirar pedra nos magistrados. Nós precisamos é valorizar o serviço público em toda sua extensão e lutar para que os médicos tenham dignidade e tenham melhor trabalho, e Eliseu Santos começou isso. Então eu tenho que vir aqui e deixar o meu abraço ao grande Vice-Prefeito e melhor Secretário dos últimos vinte anos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, em nome do Partido Progressista - do nosso Líder, Ver. João Dib; do Ver. João Carlos Nedel -, aproveitando este espaço de Líder, gostaria de me manifestar a respeito de uma viagem que recentemente esta Câmara designou a mim e ao Ver. Carlos Comassetto.

Eu faço parte da Frentur, a Frente de Turismo desta Casa, e temos, a par disso, um compromisso de desenvolver Porto Alegre no que se refere aos aspectos da ciência e da tecnologia. Com esse intuito, tivemos o compromisso de ir à Alemanha na semana passada para continuar uma negociação iniciada há um ano e meio. Encontramos lá altos dirigentes da empresa que organiza a Feira de Hannover, mais especificamente a CeBIT, que é o braço tecnológico da famosa Feira industrial, que completa seus 40 anos, 50 anos de existência. A Feira continua grandiosa. Só para terem uma idéia, a área do nosso Anhembi, em São Paulo, é 10 vezes maior do que a melhor e maior área que temos em Porto Alegre. Só que a Feira de Hannover não é do tamanho do Anhembi, em São Paulo; ela é cerca de 20 vezes maior do que o Anhembi, isso dá uma dimensão do evento que encontramos pela frente.

Nesse contexto, tínhamos a pretensão de falar com um dirigente importante da empresa que organiza a Feira - Deustche Messe -, e fomos recebidos. Foi difícil, mas finalmente conseguimos uma agenda com Wolfgang Lorenz, Diretor responsável pelos aspectos operacionais da Feira. Naquela reunião, Ver. Comassetto, havia cinco representantes de Porto Alegre: dois da Câmara, o Presidente da PROCEMPA, um empresário e mais o Antonioni, do Softsul, que é o órgão no Brasil que organiza a participação de empresas brasileiras na Feira alemã, a CeBIT. Do lado de cá, havia cinco pessoas e, do outro lado, seis representantes da Hannover Messe.

E aqui cabe um esclarecimento que acho importantíssimo: o proprietário, o controlador, o dono da Feira é a Prefeitura Municipal da cidade de Hannover. Nós estávamos à frente, então, de um executivo, um preposto, escolhido, eleito para ser um dos diretores importantes, mas não dono da Feira, e aí tivemos a oportunidade de ver o quanto uma cidade organizada é capaz de fazer. Na Alemanha, durante todos os dias do ano, existe uma grande feira acontecendo. Isso foi uma decisão político-estratégica tomada logo depois da Guerra, em que era importante reerguer aquele país. Na data de hoje, uma semana depois de encerrada a Feira CeBIT de Tecnologia, eu não sei qual, mas hoje está acontecendo uma grande feira na Alemanha, em algumas das cidades que foram designadas para essa finalidade.

Eu gostaria então de trazer essa experiência recente, que marcou bem as duas últimas semanas, para lembrar a importância de se fazer o turismo de eventos na cidade de Porto Alegre como forma de nos projetar internacionalmente. Estaremos, eu e o Ver. Comassetto, fazendo a prestação de contas formal, da nossa viagem, com os detalhes que interessam a esta Câmara na semana que vem, mas não posso deixar de lembrar que nós temos duas notícias, uma é boa, e a outra é um desafio. A boa notícia é a seguinte: Porto Alegre foi escolhida a Cidade para a realização da feira na América Latina. Isso significa que não será em São Paulo, não será em Buenos Aires, não será em Santiago do Chile, será em Porto Alegre, se a Feira vier a acontecer; e a segunda notícia é que os alemães pediram exatos 45 dias, até meados de maio, para tomarem a decisão definitiva, e o que nos resta agora é trabalhar. Nós temos que refinar o estudo de mercado que foi apresentado naquela reunião. Por isso acho importante comunicar à cidade de Porto Alegre que estaremos, nos próximos 45 dias, levantando dados mercadológicos que justifiquem e que efetivamente nos façam ser a sede da CeBIT regional em abril de 2010, que foi a data predeterminada no nosso encontro. Muito obrigado pela atenção, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

REQUERIMENTOS – VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 010/08 – (Proc. Nº 1062/08 – Verª Maristela Maffei) – requer que o período de comunicações, no dia 31 de março de 2008, seja destinado a homenagear o Dia da Terra. (Incluído em 03-03-08.)

 

REQ. Nº 015/08 – (Proc. Nº 1447/08 – Verª Margarete Moraes) – requer que o período de Comunicações, no dia 27 de março de 2008, seja destinado a assinalar o transcurso dos 20 anos de instalação da primeira Delegacia Policial para a Mulher no Estado do Rio Grande do Sul. (Incluído em 12-03-08.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o bloco composto pelos seguintes Requerimentos: Requerimento n° 010/08, Requerimento n° 015/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o bloco dos Requerimentos.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1163/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 048/01, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que institui o ensino de Noções de Primeiros Socorros nas escolas municipais e dá outras providências. Com Emendas nos. 01 a 04 ao Projeto.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e das Emendas nos 01 a 04 ao Projeto, e pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Substitutivo nº 01 e da Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos 01 a 04 ao Projeto, e pela rejeição do Substitutivo nº 01 e da Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01;

- da CECE. Relatora Verª Neuza Canabarro: pela rejeição do Projeto, das Emendas nos 01 a 04 ao Projeto, do Substitutivo nº 01 e da Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01;

- da CEDECONDH. Relatora Verª Maria Celeste: pela rejeição do Projeto, das Emendas nos 01 a 04 ao Projeto, do Substitutivo nº 01 e da Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01;

- da COSMAM. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos 01 a 04 ao Projeto, e pela rejeição do Substitutivo nº 01 e da Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01.

 

Observações:

- retirada a Emenda nº 05;

- prejudicada a votação do Substitutivo nº 01 e da Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01, nos termos do art. 55 do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 07-08-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 048/01. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o Projeto, com abstenção dos Vereadores Carlos Comassetto e Maria Celeste.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 048/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 02 ao PLL nº 048/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 03 ao PLL nº 048/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 04 ao PLL nº 048/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1076/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 063/05, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que acrescenta art. 228-A e altera a redação do § 3º do art. 228 da Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, acrescentando ao Colégio de Líderes um Líder e um Vice-Líder do Governo, indicados pelo Executivo Municipal. Com Emenda nº 03. Com Subemenda nº 01 à Emenda nº 03.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emendas nºs 01, 02 e 03; Relator Ver. Nilo santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação da Subemenda nº 01 à Emenda nº 03;

- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto; Relator Ver. Professor Garcia: pela aprovação da Emenda nº 03 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 03;

- da CUTHAB. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela aprovação do Projeto; Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação da Emenda nº 03 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 03;

- da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela rejeição do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 03; Relator Ver. Carlos Todeschini: pela rejeição da Subemenda nº 01 à Emenda nº 03;

- da COSMAM. Relator Ver. Newton Braga Rosa: pela aprovação do Projeto e pela rejeição da Emenda nº 03 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 03.

 

Observações:

- discussão geral nos termos do art. 126, § 1º, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 13-03-08;

- retirada de tramitação as Emendas nºs 01 e 02.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PR nº 063/05, de autoria da Verª Neuza Canabarro. (Pausa.) A Verª Neuza Canabarro está com a palavra para discutir o PR nº 063/05.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Excelentíssimo Sr. Ver. Sebastião Melo, M.D. Presidente desta Casa; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nós estamos aqui com um Projeto de previsão de Líder do Governo no Legislativo Municipal. Pasmem, este Projeto é de 16 de fevereiro de 2005, foi elaborado por mim, tendo em vista uma reunião da base do Governo, dos Vereadores, na qual o Prefeito Fogaça, surpreendido por não haver a figura do Líder do Governo na Câmara Municipal, disse o seguinte: “É importante instituir o Líder do Governo.” Imediatamente, chegando à Casa, elaborei o Projeto e o protocolei. Finalmente ele chega a Plenário, e o que nós queremos aqui é absolutamente institucionalizar algo que, de fato, já existe. Para uma Casa Legislativa, Ver. Elói Guimarães, é incoerente legislar, fazer leis, reclamar de quem não as cumpre e ter de fato um Líder que não é Líder. Então eu não entendi por que, por longos e longos meses, a matéria foi ficando numa Comissão e noutra, e nós, pacientemente, reclamávamos, pedíamos, e agora, finalmente, essa matéria aqui chegou. Temos uma Emenda da Verª Maristela Maffei, que permanece...

 

(Intervenção fora do microfone. Inaudível.)

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Retirou? Então, sem Emendas. É o Projeto do Líder e do Vice-Líder de Governo. Nós tivemos Emendas aqui para colocar Líder e Vice-Líder de oposição, tivemos Emendas para colocar estrutura de gabinete e de funcionários... Não é a nossa intenção, a nossa intenção é simplesmente institucionalizar a figura do Líder, porque ela já é aceita e existe de fato, e com isso vamos ter, de direito, o Líder do Governo, Ver. Professor Garcia. Muito obrigada.

 

Solicito que votem a matéria, porque isso interessa a todos os Partidos.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PR nº 063/05.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, a Verª Neuza Canabarro pretende incluir no Regimento, através de Projeto de Resolução, a figura já existente do Líder do Governo e do Vice-Líder do Governo, indicados pelo Executivo Municipal.

A matéria, embora de substância, diríamos, constitucional, carrega exatamente aqueles princípios que norteiam o Direito Administrativo, que diz - e o Direito Público é diferente do Direito Privado - que podemos fazer o que a lei determina, ou seja, para que os atos produzam efeitos jurídicos, legais é preciso constar da norma, constar da lei, constar das resoluções. Nesse sentido, essa é uma proposição importante, porque o conjunto de normas que regem a Casa se inserem dentro do Direito Público: ou é matéria constitucional ou é matéria administrativa. Diferente do Direito Privado, em que nós podemos fazer tudo aquilo que a lei não proíba. Este é o princípio basilar do Direito Privado: fazer tudo aquilo que a lei não proíba. No Direito Público, no Direito Administrativo, enfim, nós só podemos fazer aquilo que está disposto, normatizado.

Então se nos afigura que a proposição alcança esse princípio de normatizar regras, de estabelecer mecanismos e normas para regular, para a regulação dos atos e ações que concernem, no caso, à Casa; para se estabelecerem com clareza os papéis, para se instituírem os papéis que correspondem ao exercício importante da Liderança de Governo e da Vice-Liderança de Governo, porque é através desses que o Governo se manifesta, que o Governo coloca, enfim, suas posições. Fica aqui a nossa manifestação favorável à iniciativa proposta, porque exatamente estabelece, concretiza, objetiva a disposição que institui formalmente o Líder e o Vice-Líder de Governo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento que solicita a retirada de tramitação da Emenda nº 03 ao PR nº 063/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Está encerrada a Ordem do Dia.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

A Verª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Carlos Comassetto.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Exmo Sr. Presidente desta Casa, Ver. Sebastião Melo; Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste pelo Canal 16, eu quero agradecer ao Ver. Carlos Comassetto a cedência deste tempo de Comunicações.

Ontem o Partido dos Trabalhadores encerrou um período muito rico, um período muito fértil de discussão interna sobre o nosso Partido, porque tínhamos, Verª Maristela Meneghetti, dois pré-candidatos à Prefeitura de Porto Alegre, dois quadros partidários do maior padrão, do maior nível político: o nosso companheiro Miguel Rossetto, que é uma liderança sindical muito importante, foi Presidente da CUT Nacional, Deputado Federal, Vice-Governador, concorreu ao Senado pelo Partido dos Trabalhadores; e a nossa companheira, querida Vereadora, querida Deputada Federal Maria do Rosário, Vereadora desta Casa por duas vezes, Deputada Estadual por duas vezes e já concorreu à Vice-Prefeitura de Porto Alegre ao lado do nosso companheiro Raul Pont. Nós consideramos que os dois pré-candidatos são figuras jovens, no sentido da renovação. Com todo o respeito às nossas lideranças internas, já consolidadas, como Olívio Dutra, Raul Pont, Tarso Genro, Flavio Koutzii, era importante o novo desta vez, são dois novos candidatos do Partido dos Trabalhadores com larga experiência dentro do Partido.

Nós vivemos momentos de muita democracia interna, discutimos concepções de vida, concepções de Partido, filosofia partidárias, práticas, experiências políticas, e dos dois lados havia diferenças de estilo, mas um compromisso único, que é o compromisso do Partido dos Trabalhadores com os menos favorecidos, compromisso da luta pela igualdade, pela justiça social, pela inclusão. Houve o mesmo discurso em relação a Porto Alegre: um compromisso para com a nossa Cidade, para que ela volte a ser uma cidade inclusiva, para que ela retorne ao desenvolvimento econômico.

E, se nós encerramos um ciclo ontem, estamos abrindo hoje um novo no nosso Partido. Um ciclo que será rico, será equilibrado, um ciclo de unidade partidária, porque agora nós temos que procurar recompor a Frente Popular. Nós vamos procurar, com todo o respeito, Partidos como o PCdoB, respeitando a candidatura da Deputada Federal Manuela d’Ávila, que já está em aliança com o PSB. Achamos que eles têm o direito de ter a sua candidatura, mas queremos trabalhar visando ao 2º turno das eleições. Vamos procurar o PDT para também continuarmos um diálogo que já estamos realizando oficialmente por parte do nosso Presidente Municipal, Ver. Marcelo Danéris, juntamente com o Presidente Municipal do PDT. Tive a possibilidade de acompanhar o Ver. Nereu D’Avila e a Verª Neuza, e queremos continuar dialogando, respeitando também as suas possíveis candidaturas.

Agora, a fase do PT é de unidade partidária, é de ouvir as bases e de trabalhar por todo o Partido dos Trabalhadores. E, depois de ouvir as bases, construir com a sociedade um novo programa. Um novo programa, Verª Sofia Cavedon, que valorize e respeite toda a nossa história em Porto Alegre, uma história de 16 anos. Temos muito orgulho da nossa história, mas queremos avançar, com certeza queremos fazer muito mais e melhor por Porto Alegre neste momento de construção do programa, de busca de apoios e de sensibilização da sociedade. Quero dizer que ainda estamos aguardando nosso Presidente Municipal, o Ver. Marcelo Danéris, que ocupará hoje esta tribuna, em Comunicação de Líder. Por isso ocupei o espaço do nosso querido Ver. Carlos Comassetto.

Parabéns a toda a militância do PT! O PT saiu vitorioso nessas prévias, e agora estaremos juntos para trabalhar pelas próximas eleições. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Carlos Todeschini.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores e Vereadoras, senhores e senhoras, a nossa Líder, Verª Margarete Moraes, iniciou a sua fala e fez uma análise do processo que o nosso Partido, o Partido dos Trabalhadores, viveu e construiu no dia de ontem. Todos os meios de comunicação da Capital, do Estado e do País referenciam hoje o sistema de prévias, Sr. Presidente, que o nosso Partido ontem executou, enaltecendo como uma das afirmações dos processos democráticos internos dos Partidos. E o PT se mantém à frente dessa postura de propiciar que todos os seus filiados busquem e tomem decisões, as quais conduzem o nosso Partido, o Partido dos Trabalhadores, em direção às vitórias que temos conquistado no Município, no Estado e na União.

Ontem, naquele belo domingo ensolarado, 4.379 filiados ao nosso Partido foram às urnas e escolheram, entre o nosso companheiro Miguel Rossetto e Maria do Rosário, a nossa companheira Maria do Rosário por uma pequena diferença de votos. E o resultado demonstrou uma afirmação: que o Partido defende a pluralidade dos conceitos, mas busca unidade nas suas ações.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: Está dividido!

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Não, não está dividido. Ver. Bernardino, sua insinuação não cabe neste momento. O nosso Partido saiu unificado em torno da candidatura da nossa companheira Maria do Rosário. Ontem à noite assistimos à chegada, na nossa sede, dos dois candidatos que disputaram as prévias: Miguel Rossetto e Maria do Rosário. A unidade do Partido recebeu os dois candidatos com aplausos, e, nas suas primeiras falas, traçaram um objetivo único. Quando se faz uma reflexão interna na busca de um processo de unidade, é muito óbvio e é lógico que existam divergências de conteúdo, mas se busca aperfeiçoá-lo. O nosso adversário, Ver. Bernardino, não está dentro do Partido: o nosso adversário está fora do Partido, e todos aqui sabem, com muita tranqüilidade, onde está; tem nome e endereço.

Ontem vencemos uma primeira etapa na democracia participativa do Partido dos Trabalhadores, construindo a nossa candidatura. E a Deputada Maria do Rosário se firmou, neste momento, como uma representante do Partido dos Trabalhadores na legitimidade, processo conduzido pelo nosso Presidente, colega Ver. Marcelo Danéris, que conduziu esse processo como afirmação da democracia. E quem ganha é a democracia partidária, a democracia constitucional neste País, através das representações políticas. O próximo passo que temos é recompor, buscar na política a Frente Popular, ampliando-a numa discussão com o Partido Democrático Trabalhista como desejo nosso, do Partido dos Trabalhadores, e do Vereador que aqui se manifesta neste momento, porque, para construir um projeto de Cidade, ele tem que estar baseado em conceitos, e nós, junto com os Partidos Trabalhistas - PDT, PCdoB, PSB - e com um conjunto de outros Partidos como o PR, temos a compreensão de que estamos governando este País. Reproduzir, nos Municípios onde for possível, a Frente que governa este País é uma tarefa política que o Partido dos Trabalhadores neste momento tem que construir e apresentar a toda sociedade porto-alegrense.

Portanto, neste Período de Comunicações, trago a mensagem do nosso Partido, o PT, dizendo que cumprimos mais um processo da democracia político-partidária com as prévias que escolheram a nossa companheira Deputada Maria do Rosário para ser candidata à Prefeita desta Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Wilton Araújo está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, existem alguns princípios do SUS que foram determinados na Lei Orgânica de Saúde, apontados pela Constituição brasileira: a integralidade da ação, a universalidade da ação, a eqüidade e a gratuidade. O SUS é um sistema gratuito, universal, cujo atendimento tem que ser integral, mas não o é. Ele tem de ter eqüidade, ou seja, tem que ser distribuído da mesma maneira por todas as classes sociais. E eles se esquecem de um princípio, que nem é citado: o vínculo. O vínculo que o médico faz com o seu paciente; o que representa, em estudos muito bem documentados, grande parte da cura, grande parte do bom encaminhamento do problema. Repito: o vínculo que o médico tem com o paciente.

E agora há a seguinte determinação: os hospitais que atendem pela rede SUS só podem receber pacientes para serem operados, ou para sofrerem algum processo um pouco mais complexo - algo que o postinho de saúde não consegue fazer por falta de condições -, se vierem pela Central de Marcação pela Emergência. Repito: se vierem pela Central de Marcação ou pela Emergência, o que é um absurdo, pois a Central de Marcação - e V. Exas estão cansados de saber disso - leva de dois a três anos para marcar uma consulta com um especialista. Eu estou dizendo que isso é um absurdo porque, se um médico dentro do hospital resolver atender mais de uma paciente, além das pacientes que ele tem no seu cadastro para atender naquele dia, ele não pode. Se um médico tem 18 pacientes para atender e quer atender a 19ª, isso é proibido! Ele não pode atender! Ver. Oliboni, me ajude nisso. Isso é um absurdo!

 

O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Dr. Goulart, é muito oportuna a sua colocação. De fato, nós que visitamos as unidades de saúde percebemos que algumas delas têm calhamaços de papéis para marcar consulta e não conseguem ter contato com a Central. Nós precisamos rediscutir todo o sistema. Hoje esse sistema não é mais viável. O povo de Porto Alegre está sem atendimento, e grande parte do Interior, por influência política, diga-se de passagem, está conseguindo atendimento.

 

O SR. DR. GOULART: Olha só que barbaridade.

E daqui a pouco vem a minha chefia dizer: “Dr. Goulart, o senhor não pode atender mais uma porque vai estar passando na frente do sistema.” E eu disse: “Mas eu não estou aqui esperando para passar outras pessoas na frente do sistema; eu tenho vínculo com as pacientes comunitárias, pessoas que eu atendo há 25, 27, 30 anos.” E não me é permitido atender essas pacientes! Esse vínculo que eu tenho com as pacientes é desconhecido. Eu não posso atender a paciente. E agora outras implicações políticas fazem com que as pessoas passem na frente e atendam. Aí é outra conversa, é outra história.

Sabem todos os senhores que eu montei toda a minha história política dentro de um trabalho comunitário, dentro dos princípios do SUS: gratuito, universal, com uma certa eqüidade - mais eqüidade eu não posso ter porque tenho limites sendo só um médico único e comunitário atendendo nessa área da ginecologia nas vilas. Ainda há pouco estava aqui a Verª Maristela Maffei, que é uma guerreira, uma parceira, depois eu vou conversar com ela para fazer um contato com o Hospital Conceição para que as minhas chefias me permitam atender as pacientes. Geralmente são pacientes que foram encaminhadas de mim para mim mesmo, mulheres de dentro da comunidade com uma lesão perigosa, com uma lesão pré-câncer, com câncer, ou com seis, sete filhos, precisando fazer ligadura de trompas, e isso não é mais permitido. Eu vou pedir a Verª Maristela Maffei, que é Vereadora do PCdoB; vou pedir a Deputada Manuela, que foi Vereadora aqui conosco, que nos ajudem nesse sentido, que nos permitam isso; vou pedir a Jussara Cony, nossa Deputada querida, que teve grandes lutas comigo contra as direitas, contra os que queriam privatizar a Saúde e que agora não deixam “comunizar” a Saúde. A Deputada Manuela sabe, a Verª Maffei sabe, e tomara que a ex-Deputada Cony saiba que eu sou do PTB, mas sou comunista. Em se tratando de atendimento de Saúde, eu sou comunista. Quero atender as pacientes que eu preciso de atender. É necessário que um médico que trabalhe de maneira gratuita, voluntária, há 30 anos, tenha incentivado esse trabalho. Vamos trabalhar juntos, Ver. Fraga.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. RAUL: Exmo Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Vereadores e Vereadoras, aqueles que nos assistem, continuando na pauta da Saúde, que tanto nos aflige: quanto mais parcerias, quanto mais fortalecermos a área da Saúde Pública, melhor será. Aqui temos grandes lutadores - Dr. Goulart, Dr. Sebenelo -, nós sabemos das dificuldades na questão da Saúde. Como médico da Saúde Pública, neste momento não posso deixar de falar da questão da dengue em Porto Alegre. Nós temos que nos alertar cada vez mais.

No ano passado, quando Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente - já trouxemos a esta Casa o Diretor Estadual do CEVS, Centro Estadual de Vigilância em Saúde, trouxemos o pessoal da Vigilância da Prefeitura -, foram feitas muitas cobranças, e obteve-se um resultado parcial. Agora estamos num momento crítico, estamos num momento em que realmente precisamos de ações muito fortes. E sobre aquelas pessoas que deveriam ser contratadas - acredito que algumas ainda não o foram -, 300 agentes, 30 coordenadores desse serviço e mais três biólogos, que elas estejam à disposição e todas trabalhando, Nós não tínhamos casos de dengue originários de Porto Alegre, os casos existentes eram importados, ou seja, a pessoa adquiria a doença em outro lugar, já chegava doente a Porto Alegre, e essa doença não se reproduzia na Cidade. Hoje já temos casos confirmados de pessoas que adquiriram a doença em Porto Alegre. Então, todas as medidas devem ser tomadas no sentido de não deixarmos progredir a dengue, para que ela não se torne uma epidemia.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Dr. Raul, realmente é muito importante. A sociedade está preocupada, os agentes já estão dizendo que o índice não é mais de 1%, já chegamos, em algumas regiões da Cidade, a 6,8% sobre a questão da dengue. Acho que o Governo tem que ser sensível a essa idéia de aumentar os agentes de combate a endemias, no caso específico da dengue. Este é um apelo - inclusive, gostaria que V. Exª estivesse junto conosco - que fazemos neste plenário, para que o Governo tome providência no sentido de atuarmos para amenizar o sofrimento.

 

O SR. DR. RAUL: Na verdade, Vereador, não podemos deixar passar, porque o momento é agora. Uma fêmea pode picar vinte pessoas e transmitir a doença rapidamente. Então temos que realmente controlar.

Uma outra questão que acho muito importante, aproveitando o aparte do Ver. Oliboni, que é um forte lutador há muitos anos na região, é a questão do Murialdo, lá no bairro Partenon. Isto já vem há mais de dez anos, e precisamos de uma solução para o Murialdo, para as unidades de saúde, sejam elas municipalizadas, sejam colocados novos Postos de Saúde da Família na região; é importante, porque a cobertura de Saúde Pública naquela área, na Zona Leste de Porto Alegre, é extremamente carente. Gostaria ainda de dar uma declaração pessoal de muitos anos, de quem praticamente convive diariamente no 4º Distrito, de quem já morou lá e hoje é profissional que atende lá: nós precisamos, enquanto agentes públicos que têm na mão o Plano Diretor da Cidade, transformar o 4º Distrito da nossa Cidade; ou seja, os bairros Navegantes, São João, São Geraldo precisam ter o devido olhar do ente público, porque, há mais de vinte anos, eles vêm caindo, caindo e caindo. Nós precisamos fazer, por meio do novo Plano Diretor, uma nova ação forte, para que haja um 4º Distrito novamente forte na cidade de Porto Alegre.

E devemos resgatar - estamos também na luta por esse resgate - o Cais do Porto para a nossa Cidade. Esse é um assunto muito conversado, muito falado e pouco objetivado. Nós queremos - também é o momento oportuno, em função do Plano Diretor que tramita nesta Casa - resgatar o Cais do Porto com projetos importantes, dando visibilidade para que Porto Alegre, para que o cidadão e a cidadã de Porto Alegre possam ter, no seu Cais do Porto, uma visão, um olhar, um aproveitamento, porque a Cidade, o nosso lago Guaíba são fantásticos, precisamos usufruir daquilo que a natureza nos deu. Saúde para todos!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1827/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 061/07, de autoria da Verª Maristela Maffei, que obriga os grandes supermercados e estabelecimentos comerciais no Município de Porto Alegre a utilizar sacolas e sacos de material reciclado, determina penalidades pelo não-cumprimento desta Lei e dá outras providências. Com Substitutivos nºs 01 e 02.

 

PROC. Nº 0217/08 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 002/08, de autoria do Ver. Adeli Sell, que determina que os resíduos sólidos recicláveis produzidos pela Câmara Municipal de Porto Alegre sejam destinados às unidades de triagem conveniadas com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana – DMLU – e dá outras providências.

 

PROC. Nº 0450/08 –PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 012/08, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que autoriza o Executivo Municipal a alterar a data de vencimento de tributo de competência do Município de Porto Alegre devido por contribuinte que comprovadamente receba benefício previdenciário em data posterior ao vencimento desse tributo e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, V. Exª o Sr. Presidente está preocupado com a diminuição das leis que nós temos. Ainda hoje pela manhã, quando inaugurávamos o posto da Ouvidoria, V. Exª falava de uma revisão necessária as mais de onze mil leis que o Município tem.

A Verª Maristela Maffei pretende mais uma lei, e acho que não cabe ao Município tomar esta providência. Eu acho que material reciclado deve ser usado, acho que saco de papel deve ser usado, mas penso que deveríamos fazer, antes de mais nada, uma grande campanha educativa, para que se pudesse fazer entender a necessidade de usar produtos reciclados e, principalmente, aqueles que são biodegradáveis, o que não é o caso do plástico. Os supermercados usam plástico, as farmácias; todos, enfim, utilizam plástico. A pena é advertência; em caso de reincidência, multa de 500 UFMs, cerca de mil reais; na reincidência da reincidência, a cada vez, mais cem por cento. Portanto, seria outra multa de dois mil reais, depois quatro mil reais, e não fala no encerramento das atividades do estabelecimento comercial.

O nosso Procurador Cláudio Roberto Velásquez diz que é interesse do Município, mas ele encerra dizendo (Lê.): “Contudo, o conteúdo normativo do caput do art. 1° do Projeto de Lei implica interferência em ramo de atividade econômica, atraindo, de conseqüência, malferimento aos preceitos que resguardam a livre iniciativa e o livre exercício da atividade econômica”. Na verdade, o art. 1°, no meu entendimento, não está muito claro, ele diz que ficam os grandes supermercados, os estabelecimentos comerciais do Município obrigados a utilizar sacolas e sacos de material reciclado, mas não diz que é proibido usar sacolas de plástico.

Por outro lado, o nobre Ver. Adeli Sell pretende, em um Projeto de Resolução que caberia à Mesa e não ao Vereador, que os resíduos sólidos recicláveis produzidos pela Câmara Municipal de Porto Alegre sejam destinados às unidades de triagem conveniadas com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana e dá outras providências. O Projeto tem um parágrafo que entendo absurdo (Lê.): “Fica o Departamento de Limpeza Urbana obrigado a realizar, a cada seis meses, a prestação de contas da quantidade de material recolhido e da sua distribuição entre as unidades de triagem.” Ora, onde está a independência e a harmonia entre os Poderes? Eu acho que aí há um excesso: primeiro, caberia à Mesa; segundo, ele está dando obrigações a quem pertence a outro Poder, e eu acho que isso nós não podemos.

O Ver. Alceu Brasinha está autorizando o Executivo Municipal a alterar a data de vencimento de tributos de competência do Município de Porto Alegre devido por contribuinte que comprovadamente receba benefício previdenciário em data posterior ao vencimento desse tributo e dá outras providências. Deve ser uma coisa muito bem estudada, porque não se pode generalizar. De repente, um recebe no dia 10, outro no dia 15, outro no dia 18, eu não sei como funciona isso aí, acho que a Secretaria da Fazenda não poderia, sem um estudo tranqüilo, mudar as datas de recebimento dos seus impostos. Portanto, o Projeto do Ver. Brasinha merece o nosso estudo, e vamos nos informar também, na Fazenda, sobre a viabilidade. Acho que também está apenas autorizando, e Projeto autorizativo não tem nenhum objetivo maior, não tem uma segurança de que será cumprido. Há leis que são impositivas e também não são cumpridas; uma autorizativa não teria, talvez, nenhum sentido. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, só para o fim de registrar nos anais, queria dizer que hoje pela manhã cheguei a esta Câmara entre 9h e 9h15min e participei da solenidade de inauguração do posto da Ouvidoria, voltei mais ou menos ao meio-dia para a Câmara, almocei, atendi pessoas, fui a uma audiência com o Sr. Comandante da Brigada Militar, que eu posso comprovar e, a seguir, voltei para cá. Foi-me noticiado que a Ordem do Dia - quando se registra a presença do Vereador - durou pouco mais de dez minutos, e eu vou ficar até às 6 horas da tarde de hoje e vou levar uma ausência. Então, alguma coisa está errada nesse funcionamento, e eu pediria providências de sua parte, porque seria muito injusto uma pessoa permanecer tanto tempo no seu trabalho e levar ausência.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Prezado Ver. Sebenelo, sou testemunha de que V. Exª estava na Casa pela manhã, quando foi à presidência. Nós estamos analisando esse assunto em Reunião de Mesa e, na próxima semana, provavelmente faremos algumas alterações. Vossa Excelência vai estar na Mesa e vai ajudar nessas alterações, para qualificar e fazer justiça, jamais para fazer injustiça.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, primeiro eu gostaria, aproveitando o tempo, de cumprimentar o Partido dos Trabalhadores pelas prévias, Vereadora-Líder Margarete Moraes, minha amiga. Foi um momento importante para cristalizar a democracia, o que é fundamental; no segundo turno, com certeza, estaremos trilhando os mesmos caminhos.

Voltando à Pauta, quero dizer aos senhores e às senhoras que acredito que temos aqui, Ver. Bernardino, dois dos melhores Projetos que estaremos discutindo nesta Casa. Um pouco “puxando a brasa para o nosso assado” aqui, junto com o Ver. Bernardino, pois sou a autora do Substitutivo do Projeto em relação às sacolas plásticas. E, depois, com muita honra, nós procuramos trabalhar junto, para fazer desse Projeto, de fato, um Projeto de ponta para a cidade de Porto Alegre, chegando a todos os setores.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Com a primeira parte do seu discurso eu não concordo, mas com o seu Projeto, sim, tanto é que assinamos o Substitutivo.

Ontem o programa Fantástico nos mostrou o quanto é importante esse Projeto e o quanto é importante a discussão que vamos iniciar sobre esse assunto, do qual não podemos mais fugir. Nós temos de acompanhar aquilo que já está sendo feito em outros Estados, não mais em Municípios, porque temos Capitais onde o uso dessas sacolas já está proibido, e Porto Alegre não pode ficar para trás, Porto Alegre tem de acompanhar a evolução. Obrigado.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada, Ver. Bernardino. Com certeza, vamos ter muitos momentos para elucidar a problemática e poderemos aprofundar com todos os segmentos da sociedade. Inclusive, em relação a isso, já estamos programando um seminário, Sr. Presidente, com as universidades, com todos os setores envolvidos, para aprofundarmos o debate, até porque aqui nós não estamos falando de uma alternativa apenas, nós estamos falando do algodão, nós estamos falando do papel e também de derivados do petróleo. Portanto, são vários segmentos que queremos alcançar, de fato, como o setor de Ecologia da UFRGS, que nos procurou, o próprio setor de sacolas de papel, estamos discutindo com os supermercados, porque não queremos lesar ninguém e muito menos sofrer as conseqüências. Porto Alegre é considerada a Capital de maior qualidade de vida e, sendo assim, não pode ficar atrás ou deixar de enfrentar essa situação, e, com certeza, com o dinamismo desta presidência, poderemos cooperar muito nessa discussão, porque ela é quase que sagrada para nós.

O outro Projeto ao qual quero fazer um elogio de público é o do Ver. Adeli Sell que traz uma discussão importantíssima: determina que os resíduos sólidos recicláveis produzidos pela Câmara Municipal de Porto Alegre sejam destinados às unidades de triagem conveniadas com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana e dá outras providências. Nós estamos aqui enfrentando um problema que hoje está totalmente desregulamentado na nossa Cidade, vamos cooperar com o Executivo Municipal, enquanto Câmara Municipal de Porto Alegre, e com outros setores também, porque podemos ampliar. Basta conhecermos, Vereador-Presidente, a unidade de reciclagem da capatazia da Parada 6, da Lomba do Pinheiro, onde temos uma Associação que hoje agrega mais de duzentas pessoas - a maioria mulheres, chefes de famílias -, que se organizaram com a nossa ajuda, durante o nosso mandato, e com toda a sociedade da região da Lomba do Pinheiro, com a qual temos a honra de estar juntos. Acredito que esse tipo de Projeto vem regulamentar o que está privatizado e desregulamentado na nossa Cidade.

Vereador-Presidente, obrigada pela tolerância. Quero mais uma vez elogiar o Projeto do Ver. Adeli Sell, pois, com certeza, vai trazer grandes benefícios para a nossa Cidade. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MARIO FRAGA: Ver. Sebastião Melo, Presidente desta Casa; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara; público presente nas nossas galerias, quero fazer uma saudação especial ao meu amigo Noé, que representa o Internacional hoje aqui - logo mais, às 16h30min, teremos a visita do Presidente do Inter nesta Casa -, é nosso amigo e morador de Belém Novo, lá o nosso vizinho Noé é um mito, uma tradição do Sport Club Internacional. Aproveito também para parabenizar neste momento o Ver. Sebastião Melo e a Mesa Diretora pela instalação do posto da Ouvidoria no Mercado Público, onde estivemos hoje de manhã por quarenta e cinco minutos, a gente viu como vai ser o funcionamento.

No período de Pauta gostaria de comentar o Projeto da Verª Maristela Maffei. Vejam como são as coisas: quando apresentei o meu Projeto, Vereadora, no dia saíram as manchetes nos jornais de Porto Alegre, agora V. Exª apresenta - casualmente, porque ninguém monta nada nesta Casa, não é Vereadora? -, é tudo pelo trabalho... O Fantástico, um dos programas mais assistidos no domingo, apresentou uma reportagem sobre as sacolas de plástico, sobre o mal que elas fazem. Vossa Excelência, Verª Maffei, tem um Projeto nesta Casa tentando alterar, nos grandes supermercados, nos grandes estabelecimentos comerciais, no sentido de que usem o produto reciclável. Queria lhe dar parabéns e dizer que, com certeza, terá o meu apoio, terá o meu voto; quero dizer o quanto é importante os Vereadores pensarem pela sua Cidade. O programa do Fantástico de ontem fez uma referência em relação ao mal que a sacola plástica faz ao nosso meio ambiente.

Quanto ao Projeto do Ver. Adeli Sell, pelo trabalho que vem sendo realizado nesses meses iniciais sob a presidência do Ver. Sebastião Melo, talvez a Casa já pudesse, de imediato, tomar tais medidas - e o Presidente concorda, Ver. Adeli -, para separarmos os materiais que são destinados ao DMLU. Nós já temos um convênio na Casa com o DMLU; seria muito fácil, então, o DMLU passar aqui e recolher os nossos materiais.

O terceiro Projeto é o do Ver. Brasinha, Projeto de interesse do cidadão, assim como o meu quanto ao rodízio de carros em Porto Alegre - não falo do rodízio de placas, mas do rodízio de carros na área central de Porto Alegre. O Ver. Brasinha tenta contemplar as pessoas que recebem suas contas antes do seu dia de pagamento - a conta vence no dia 05, e o funcionário público municipal recebe no dia 07. Aqui na Câmara, graças a Deus, não há necessidade desse Projeto, mas muitas pessoas pagam juros, porque o dia de vencimento da conta é numa data em que as pessoas ainda não receberam seus salários. Então, dou os parabéns ao Ver. Brasinha por esse Projeto.

Também queria saudar o Ciro, nosso companheiro que está cuidando da organização de todos os eventos das entidades que lutam por uma Belém Novo melhor. Meus parabéns Ciro pelo teu trabalho. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Vereadoras, público que nos acompanha pelo Canal 16, creio que têm uma enorme importância os Projetos apresentados em 1ª Sessão de Pauta no dia de hoje, seja o Projeto do Ver. Adeli Sell sobre os resíduos sólidos aqui da Casa, ou o Projeto da Verª Maristela Maffei sobre a não-utilização de sacolas plásticas, a utilização de material reciclado principalmente nos supermercados. Sabemos que, em algumas Capitais do País, isso já existe, e é claro que poderá haver resistência, porque o cidadão já se acostumou com a sua sacolinha plástica, que depois pode ser reutilizada para outros fins. Achamos que é de extrema importância o assunto, porque estamos dialogando aqui com a Saúde Pública, estamos percebendo que a utilização de plásticos ou de material que demora anos para ser extinto cria um enorme transtorno ao meio ambiente. Por isso a iniciativa da Verª Maristela Maffei é de extrema importância; como também a do Ver. Adeli Sell, que percebe que a Casa tem que dar o bom exemplo à Cidade, até em função da enorme quantidade de material que é utilizado nesta Casa.

O Projeto do Ver. Brasinha, embora seja autorizativo, vem tentar dialogar com aqueles cidadãos, cidadãs que recebem, por exemplo, seus salários no final do mês, mas as contas vencem no dia 20, antes mesmo do final do mês. É evidente que todos eles, ao pagarem suas contas, acabam pagando uma pequena diferença de juros, o que não é saudável; uma grande parte dos cidadãos hoje paga suas contas após o final do mês, ou até o dia 10 de cada mês. Infelizmente, algumas empresas muito espertas - e são muitas - colocam as suas contas a vencer lá nos dias 20, 15, 28, 25, sabendo que o cidadão não recebe antes dos dias 28, 30 de cada mês. Aliás, o funcionário público recebe até o dia 30 de cada mês, mas o cidadão da iniciativa privada não recebe até o 5° dia útil do mês, porque é lei, e a grande parte dos vencimentos, como os da Educação, dos colégios e faculdades, geralmente vence no dia 20, fazendo com que o cidadão os pague atrasados. Nós temos que não só ver essa questão dos vencimentos previdenciários, mas de um modo geral criar um mecanismo que faça com que essas empresas percebam que o cidadão não tem condições de pagar nesse prazo, porque ele recebe posteriormente.

Antes de concluir, eu queria fazer um apelo mais uma vez ao Governo Municipal com relação à unidade de saúde da Vila Conceição, mais precisamente a da Pequena Casa da Criança. É mais uma unidade de saúde que fecha por falta de médicos, por falta de técnicos de enfermagem, por falta de atendimento adequado àquela comunidade. O Governo Municipal há poucos dias recebeu a Comissão de Saúde e prometeu que em quinze dias resolveria o problema. Nós já estamos há mais de trinta dias, e, ao contrário do que foi prometido, a unidade de saúde fechou! Então, nobre Ver. Garcia, Líder do Governo, deixamos aqui um apelo, encarecidamente: nós não podemos fechar unidades de saúdes; nós temos que abrir mais unidades, ampliá-las. A população está morrendo por falta de atendimento médico, infelizmente está acontecendo isso na cidade de Porto Alegre, porque lá na vila, lá na comunidade é o início do encaminhamento para que essa pessoa tenha o atendimento por um especialista, mas não está havendo essa contrapartida; a pessoa não tem o início e não tem o final, porque não tem como entrar no sistema se não vier pela unidade de saúde. Portanto, ao invés de abrir serviços, infelizmente o Governo Fogaça está fechando os serviços de saúde. Mais uma vez, Ver. Garcia, apelo a V. Exª, porque houve o comprometimento do Secretário com relação a essa unidade de saúde, e infelizmente não cumpriu o que disse para a Comissão de Saúde. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, já há algum tempo me preocupam os Projetos que têm desfilado pela Casa com relação ao aproveitamento de sacolas plásticas e também com relação a determinados tipos de plásticos que são considerados biodegradáveis quando, na verdade, eles recebem essa denominação de forma inadequada. O reaproveitamento das sacolas plásticas, Ver. Newton, V. Exª é um homem de ciência, coloca a população numa situação de risco desnecessária. A sacola plástica reaproveitável pode trazer uma gama de contaminações através de determinados parasitas que vão estar presentes exatamente no reciclar dessas sacolas, e elas vão estar em contato com alimentos que vão ser distribuídos à população. Então, essa forma de economizar ou essa forma de tentar, de alguma forma, diminuir a quantidade de plásticos no meio ambiente eu acho que pode ser - no meu modo de pensar e de acordo com os contatos que fiz - prejudicial à população. Aí falam de um plástico mais aspirado, ou coisa assim, que se transforma num pó biodegradável. Esse plástico, na realidade, não tem nada de um plástico que cause benefício à natureza. Quando ele, Ver. Comassetto, se desintegra, aquelas partículas, Ver. Haroldo, que vão se desintegrando, elas não desaparecem; elas continuam na natureza e podem inclusive contaminar de uma forma incorreta a natureza.

Então, quando estamos fazendo um Projeto que trata exatamente da Saúde Pública, nós devemos, com todo o respeito que tenho pelos Vereadores, meus amigos... Nós precisamos discutir essa matéria de alguma forma, só que ela não pode ser discutida de uma maneira muito simples. Temos que fazer consultas mais aprofundadas, para que a lei que sair desta Casa não venha, Verª Maristela Maffei - eu sei que não é desejo de V. Exª ou do Ver. Adeli Sell, que são bons Vereadores -, causar prejuízo ao invés de benefício.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, quero cumprimentá-lo, bem como a Verª Maristela Maffei, porque esse Projeto tem um profundo significado. Recentemente saíram alguns estudos, um deles se chama Oceano de Plástico: a quantidade de plásticos que está flutuando nos oceanos e mares é algo fantástico. A segunda é que na Europa já existe essa política há muito tempo, e aquele que quer uma sacola mais forte paga, na hora em que for embora, alguns centavos a mais e leva uma sacola que pode voltar sempre para a sua utilização. Portanto, eu acho que o Projeto tem o mérito de trazer a discussão, da qual V. Exª já inicia a elucidação. Muito obrigado.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Muito obrigado, Ver. Carlos Comassetto.

 

A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Primeiro, Vereador, quero dizer que estou muito feliz por V. Exª estar também trazendo a preocupação com a questão da Saúde Pública, mas quero tranqüilizá-lo e já o convidar para participar dessa discussão conosco, pois faremos um seminário. Na verdade, estamos aqui tratando do bagaço da cana-de-açúcar, do pano e da questão do papel. Então, não estamos engessando numa possibilidade. Esse Projeto é de minha autoria e do Ver. Bernardino Vendruscolo, existe uma autoria de um Substitutivo do qual ainda não tomei ciência, mas acho louvável a sua preocupação; com certeza, vamos trazê-la dentro do debate que vamos aprofundar nesses próximos dias. Obrigada.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Agradeço. Só para finalizar, Verª Maristela Maffei, Ver. Adeli Sell, há uma material que vem do Uruguai, um recipiente para a carne, porque o caldo da carne desce e fica alojado nas camadas inferiores, ficando a bacia plástica praticamente limpa. Só que aquilo, quando vai para a natureza, contribui para que ela fique cada vez pior, porque aquele caldo de carne que desce apodrece, o que coloca a natureza num perigo maior. Então, aquele recipiente de plástico que vem do Uruguai deveria ser proibido aqui para nós. Ele é fabricado lá no Uruguai e vem para cá, sendo recepcionado por supermercados nossos, no geral; acredito que aquele dispositivo deveria ser rechaçado por nós, pelo menos no Rio Grande do Sul. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Encerrado o período de Discussão Preliminar de Pauta.

Quero saudar a chegada do nosso sempre amigo, Vereador e hoje Deputado Ibsen Pinheiro. Seja bem-vindo, Ibsen!

O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Vereador-Presidente Sebastião Melo, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela TVCâmara, ontem o Partido dos Trabalhadores realizou a sua prévia para escolher o candidato à Prefeitura de Porto Alegre para as eleições de 2008. E o que nós acompanhamos ontem nas ruas de Porto Alegre foi uma festa bonita da militância petista, que compareceu em peso aos dez locais de votação para expressar a sua opinião e a sua vontade para a candidatura do Partido dos Trabalhadores em 2008. Foram mais de quatro mil filiados, para ser mais exato, 4.379 companheiros e companheiras participaram das prévias do PT. Esses companheiros, ao longo de um processo de um mês e meio, demonstraram toda a sua vontade e energia de participar, fazendo parte dos quatro debates que envolveram as duas candidaturas, discutindo com a Cidade, visitando vilas, bairros, casas, apartamentos, visitando companheiros e companheiras em toda a Cidade para produzir aquela festa que nós vimos ontem. Uma festa da alegria militante de um Partido que tem tradição democrática interna, que dá o exemplo; mais do que aqueles Partidos que decidem acima da vontade dos seus filiados, pelas cúpulas partidárias, nós exercemos a democracia plena, em que a manifestação da nossa base militante se dá não só na palavra, na participação democrática dos debates, na contribuição programática, mas também no voto, e é respeitada a decisão da base militante.

Pois, na prévia de ontem, acompanhamos a vitória da companheira Deputada Federal Maria do Rosário, que obteve 50,5% dos votos sobre o nosso companheiro, ex-Ministro do Governo Lula, Miguel Rossetto, com 49,5% dos votos, em números arredondados. E ontem mesmo, nesta festa bonita que nós acompanhamos na Cidade, não tivemos nenhum problema, nenhum recurso, nenhum problema na apuração, nada registrado em ata, uma festa que demonstrou a unidade partidária. Ontem mesmo nós fizemos esse anúncio, com a participação da Maria e do Miguel, na sede do PT, junto com a militância, anunciamos o resultado, anunciamos a nossa caminhada de vitória em 2008, anunciamos a nossa vontade de construir uma aliança e recompor a Frente Popular com o PSB, com o PCdoB e com o PDT, se não no 1º turno, no 2º turno. Companheiro Maurício - que chega agora, Presidente do PCdoB, meu colega, porque sou Presidente Municipal do PT -, também respeitamos a legitimidade de os Partidos apresentarem suas candidaturas para a Prefeitura de Porto Alegre. Queremos conversar, dialogar para construirmos uma alternativa, e a nossa vontade é para o 1º turno, mas, se não for possível para o 1º turno, construiremos para o 2º turno. O que importa é a unidade das esquerdas para enfrentar o projeto da aliança conservadora, representada pela Governança Fogaça, que tem feito tanto mal à cidade de Porto Alegre. Cidade que vive uma grave crise na Saúde, que vê seu patrimônio público privatizado, que vê os investimentos cortados pela metade. Cidade que vê um Prefeito ausente, sem cuidado e sem carinho com a Cidade, um Prefeito que não tem sequer vontade de administrar, um Prefeito que nem sequer se decidiu a concorrer pela reeleição.

Nós temos um Partido com garra e vontade militante de construir a vitória, de governar Porto Alegre, de governar para quem mais precisa, para aqueles que estão ressentidos da Governança Fogaça, porque, por exemplo, asfalta os bairros nobres de Porto Alegre e abandona a pavimentação comunitária. Nós temos lado nessa história e, junto com a companheira Maria do Rosário, vamos caminhar por toda a Cidade, para apresentar nosso programa de Governo. Um programa que terá como base, sim, nossos 16 anos de história como ponto de partida, e não como ponto de chegada. Queremos, a partir da nossa experiência, apontar para um futuro transformador da cidade de Porto Alegre e, junto com o Governo Lula, aprofundar as transformações sociais justamente para aqueles que mais precisam, invertendo prioridades e garantindo a participação democrática, mediante o Orçamento Participativo. Agora temos uma candidata, que é a companheira Maira do Rosário, com ela vamos fazer a caminhada desses próximos seis, sete meses, para garantir a retomada de uma Porto Alegre que já foi referência nacional, mundial de participação e de inclusão social.

Parabéns ao Partido dos Trabalhadores! Parabéns a toda a sua militância! Junto com essa vitória, queremos comemorar com a cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação as Atas disponíveis nas Pastas Públicas do correio eletrônico: Ata da 14ª Sessão Ordinária, da 2ª Sessão Solene e da 3ª Sessão Solene. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.

Aproveito para saudar a presença de um ex-Vereador desta Casa, Larry Pinto de Faria, que nos honra com sua visita.

 A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, primeiramente quero reiterar, enquanto Líder da Bancada do PCdoB, os cumprimentos ao Presidente do Partido dos Trabalhadores, à sua Líder e a toda a Bancada do PT pelas prévias e pela sua indicação à Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Segundo, cumprimento o nosso Presidente do PCdoB, Maurício Nunes, que está aqui conosco. Também estão nesta Casa o Deputado Federal Ibsen Pinheiro e a Deputada Federal Manuela d’Ávila. Quero lembrar que, no dia 25, vamos comemorar os 66 anos do PCdoB, espero que juntos possamos festejar essa luta histórica do nosso Partido, a luta dos trabalhadores, trilhando uma árdua história, firme e de convicções ideológicas. No dia 28, estaremos brindando e fazendo uma grande festa aos 66 anos do PCdoB no Clube Farrapos. Lá, com todo o PCdoB nacional e, com certeza, com a sociedade gaúcha, haverá mais uma festa em que o PCdoB demonstrará a sua força, o caminho, Ver. Garcia, que temos a trilhar este ano. Este é um ano ímpar e importante para cristalizar a democracia na nossa Porto Alegre. Estamos muito otimistas, felizes com os caminhos que decidimos trilhar e vamos até o final, que, com certeza, será bom para todos nós, com uma Porto Alegre com muito mais beleza, muito mais feliz, com muita segurança nessa perspectiva.

Agora também quero entrar nas questões de que falaram sobre a nossa Cidade. Falaram de uma Saúde que não conheço. Por exemplo: disseram que, na questão da Saúde, se avançou muito. Ora! Na nossa região da Lomba do Pinheiro está se refazendo o contrato com a PUC, e, até onde sabemos, esse contrato vai vir com “perna de anão”. Nós queremos acompanhar de perto, queremos a própria Comissão de Saúde acompanhando, a comunidade toda da Lomba do Pinheiro estará acompanhando, porque estamos com muitos problemas lá. Não conhecemos na nossa região essa Saúde que o Ver. Dr. Goulart colocou aqui, nós queremos que ele demonstre na prática, já que na nossa vida real ela não existe.

Outro detalhe - gostaria muito que o Ver. Goulart estivesse aqui, mas ele não está: o SUS é saúde universal! O Hospital Conceição trabalha, apesar da sua origem, 100% SUS. Portanto não há um consultório particular, nem privilégios para ninguém; não tem lá a clientela especial daquele consultório, daquele doutor, seja quem for. O SUS é universal: chegou, tem que ser atendido, não pode parar para entrar uma clientela daquela pessoa, porque o atendimento é para todos, com a mesma dignidade, da mesma forma. Agora ele não vai privilegiar ninguém! Eu tenho certeza de que não é do caráter do Ver. Dr. Goulart pegar os clientes do seu universo para com isso tirar vantagem. Não é isso, tenho certeza do que o Ver. Dr. Goulart está dizendo aqui.

Quanto ao caráter do GHC, não precisa nem ligar para a sua Superintendente, a Jussara Cony, do meu Partido, pois o Grupo Hospitalar vai atender a todos com a mesma igualdade, não há privilégio para ninguém. A gente sabe o caos que a Saúde vive quanto ao número de doentes. Não existe ainda a municipalização de Saúde lá no GHC, não existe a marcação de consultas, tem que atender da forma que está no momento. E nós temos que trabalhar para a regulamentação da municipalização, inclusive das consultas do GHC. Então, senhoras e senhores, não são necessárias explicações por parte da Direção do Grupo Hospitalar Conceição para entender o caráter daquele Grupo, para saber como tem que ser feito. E é assim. Tenho orgulho que os trabalhos lá realizados junto com a base do Governo Lula - lá estão o PMDB, o Partido dos Trabalhadores e o PCdoB - sejam dessa forma.

A minha camarada, a minha amiga querida, nossa Deputada Federal Manuela d’Ávila, está presente aqui, sorvendo um belo chimarrão, como uma grande colorada, para, mais uma vez, aprofundarmos o nosso projeto para 2014, recebendo aqui a Copa do Mundo, se Deus quiser. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Queremos registrar a honrosa presença desta querida jovem amiga, Deputada Federal Manuela d’Ávila, que já se encontra no plenário.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Sebastião Melo, Presidente desta Casa; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, meu amigo Sebenelo, veja que Câmara importante esta nossa que está recebendo, no mesmo dia, dois Deputados Federais da melhor qualidade: o Deputado Federal Ibsen Pinheiro e a Deputada Manuela d’Ávila; dois Deputados de Partidos diferentes, pessoas que já tiveram assento aqui na nossa Câmara Municipal e muito nos honraram com as suas idéias e com a suas indicações, para que a nossa Câmara pudesse discutir cada vez melhor os assuntos da Cidade.

Vêm aí, Ver. Bernardino, as eleições municipais, e os Partidos estão se preparando para essas eleições. Os candidatos vão surgindo, e ontem o PT, o Partido dos Trabalhadores, acabou escolhendo a sua candidata para as próximas eleições. Eu, como cidadão de Porto Alegre, apesar de ter o meu Partido, o PSDB, que também deverá ter candidato para as próximas eleições, torço muito para que ganhe o pleito o melhor dos candidatos, ou seja, aquele que realmente tenha a melhor proposta, para que a nossa Cidade possa ter solução aos problemas que aí estão. É por isso que fiquei preocupado com uma prática que foi levada a efeito ontem nas prévias do PT - prática que foi justificada pelo Presidente do Partido. O Partido utilizou - pelo menos uma de suas facções, não sei se as duas - transporte para levar eleitores até o local de votação. E o Presidente do Partido, também Vereador aqui desta Casa, Marcelo Danéris, justificou essa prática, dizendo que aquilo era “carona solidária”.

Eu não quero acreditar que nas eleições de outubro nós tenhamos consolidada essa prática da “carona solidária”, o que poderia fazer com que um ou outro candidato levasse vantagem no pleito municipal. Se isso acontecer, nós corremos o risco de nas eleições não termos o melhor candidato sendo eleito, Ver. Claudio Sebenelo, nós vamos ter eleito o candidato que tiver mais dinheiro para pagar a “carona solidária’. Quem tiver condições de organizar melhor a sua eleição, com dinheiro para contratar veículos suficientes para colocá-los à disposição e dar a “carona solidária”, vai ter mais chances de ganhar a eleição. Eu acredito que isso que aconteceu ontem nas prévias do PT deve servir de alerta a todos os outros Partidos, também aos fiscais e os juízes do Tribunal Regional Eleitoral, porque, afinal de contas, existe toda uma responsabilidade de fazer com que as disputas sejam absolutamente iguais, mas, se tivermos gente que possa desequilibrar o pleito levando pessoas numa “carona solidária”, é claro que não vamos ter o melhor candidato ganhando as eleições.

E aí, Ver. Claudio Sebenelo, nós, querendo agir com muita democracia, querendo que o melhor dos candidatos - sendo nosso ou de outro Partido - vença e administre a nossa Cidade... Ficará muito ruim se um dos candidatos ganhar a eleição porque teve mais dinheiro para pagar a tal de “carona solidária”. A “carona solidária” pode ser dada no ônibus, pode ser dada numa van, pode ser dada de várias maneiras, acredito que isso não pode ser uma prática aplaudida por todos nós que fazemos parte desse universo que vai, através dos nossos Partidos, disputar as eleições no próximo mês de outubro. Assim, queremos reafirmar, como democratas que somos: desejamos que vença o melhor, mas queremos, com toda a certeza, que todos os candidatos tenham condições absolutamente iguais para disputar o pleito.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Após o encerramento desta Sessão, teremos uma Sessão Especial para recebermos aqui o Presidente Piffero. Quero convidar os Srs. Vereadores que estão nos seus gabinetes para virem a plenário para a próxima Sessão.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, ouvi atentamente as diversas falas, e hoje parece que o pleito eleitoral começou. Ouvi atentamente a fala do Ver. Marcelo Danéris, Presidente do PT, quando trouxe a verificação dos resultados de ontem, quando foi consagrada a Deputada Federal Maria do Rosário como candidata do PT.

Quero fazer uma saudação especial à Deputada Manuela d’Ávila e ao nosso Deputado Federal Ibsen Pinheiro e dizer que ontem o PT conseguiu fazer uma ampla mobilização, conseguiu reunir quatro mil filiados em toda a Porto Alegre, mostrando uma mobilização intensa do Partido. Quero também dizer que desta vez nós não vimos aquele mar vermelho, as bandeiras vermelhas... Quando o Vereador coloca que o Fogaça está distante, quero fazer um convite não só ao Ver. Marcelo Danéris, mas a toda a Bancada do Partido dos Trabalhadores, também ao PCdoB e aos demais Vereadores: amanhã, às 8h30min, compareçam - esta é uma obra da Cidade, não é uma obra somente do Prefeito Fogaça, é uma obra de todos - à inauguração do Conduto Forçado Álvaro Chaves, que, sem sombra de dúvida, é a maior obra dos últimos 50 anos referente ao saneamento de dragagem, à questão pluvial daquela região da Cidade.

Já falamos sobre isso. Quando chove em Porto Alegre, naquela região da Av. Goethe, nós procuramos aquele rapaz que andava de jet-ski! Não há mais alagamentos naquela região da Cidade. E volto a dizer: essa é a maior obra dos últimos 50 anos. A região do entorno da Av. Goethe, da Av. Cristóvão Colombo, da Região do 4º Distrito, com toda e qualquer chuva, ficava inundada. É por isso que é importante, e mais importante é a presença dos Vereadores. Volto a dizer: não é situação nem oposição, queremos a totalidade dos Vereadores para mostrar que o que buscamos aqui - temos as nossas divergências políticas, sim - é o bem da Cidade. É em cima do bem da Cidade que amanhã estará sendo inaugurada uma obra que custou mais de 60 milhões, é uma obra invisível aos olhos, mas tem uma perspectiva enorme de acabar com a inundação naquela região. E é em cima disso que queremos trabalhar a questão político-eleitoral. Isso é não estar presente? Não, isso é uma forma de dizer à Cidade o que se quer fazer, e teremos muitas e muitas obras.

Foi colocada a questão da Saúde. O Vice-Prefeito e hoje Secretário está reinaugurando quarenta novos postos, postos que foram remodelados. Isso também é uma forma de dar um tratamento especial. Mas falamos também da questão da iluminação pública, em que 80 mil novos pontos de luz estão sendo remodelados no período de 11 meses, ou seja, toda a iluminação de Porto Alegre vai sofrer alteração em dois aspectos: uma redução de 35% do preço e um aumento de 40% em luminosidade, porque vão ser trocadas as atuais lâmpadas - eu digo a totalidade das atuais lâmpadas de Porto Alegre - por lâmpadas a sódio.

Colocou-se a questão de asfalto no Centro da Cidade e na região mais próxima, quero dizer que também já abordamos isso. Num determinado momento, quais eram as reivindicações da periferia da Cidade? Saneamento básico e asfalto. E o Centro da Cidade foi descuidado? Não, nós estamos tendo um olhar diferenciado para o Centro da Cidade, mas continuamos na periferia, é por isso que o Orçamento Participativo foi mantido, fazendo essa interlocução, incluindo essa questão da Governança Local, para fazer com que a autogestão de cada comunidade possa se realizar. Se tudo isso não é um diferencial na obra do Prefeito Fogaça, eu gostaria que vocês viessem aqui e fizessem o contraponto.

De qualquer maneira, gostaria de convidar todos os Vereadores para amanhã irem à inauguração do Conduto Forçado Álvaro Chaves, que, sem sombra de dúvida, é a maior obra de saneamento dos últimos 50 anos em Porto Alegre. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Cumprida a agenda de trabalho desta tarde, quero dizer que, dentro dos próximos minutos, estaremos realizando Sessão Especial para receber o Sr. Presidente do Sport Club Internacional, para a apresentação do Complexo Esportivo Cultural Turístico do Clube.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h26min.)

 

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